Quem pegar a estrada em direção ao Interior, na BR-232, poderá avistar algumas das doze turbinas eólicas que foram montadas em Gravatá e Pombos. A construção das primeiras centrais eólicas do estado começou em julho do ano passado e foi concluída na última semana. Um terceiro parque, em Macaparana, entrará em operação em abril, com mais três turbinas. Ao todo, o projeto representa um investimento de R$ 150 milhões e geração de energia anual de 67,8 mil MWh, volume suficiente para abastecer uma cidade com 161 mil habitantes.
"Por enquanto, estamos em fase de teste para que as centrais entrem em operação comercial a partir da próxima semana", afirma Everaldo Feitosa, diretor presidente da Eólica Tecnologia, empresa que divide a sociedade no empreendimento com o grupo espanhol Gestamp. Toda energia produzida pelas turbinas eólicas será vendida à Eletrobras, a partir de licitação vencida em 2002 dentro do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica(Proinfa) - atualmente incorporado ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A construção das centrais no Interior do estado foi um grande desafio, segundo Feitosa. "Cada torre tem 70 metros de altura e pesa 90 toneladas. A pá mede 82 metros, o equivalente a um edifício de 30 andares. Imagine o que é carregar isso de Suape até o Agreste", comenta o diretor. Ao contrário dos projetos em execução no Ceará e Rio Grande do Norte, as turbinas não foram montadas em áreas planas, mas em terrenos com declives. Para levar os equipamentos até os parques, o projeto precisou construir nas três cidades um volume total de 20 km de estrada.
Também foram instaladas 40 km de rede elétrica, que levarão a energia gerada nas turbinas até as subestações dos municípios. "Também fizemos melhorias nessas subestações, em parceria com a Celpe, para que elas possam comportar uma carga maior. Isso trará uma vantagem adicional a essas cidades que é a maior estabilidade da rede para atender, especialmente, a indústrias", descreve.As pás e os geradores desembarcaram em julho do ano passado e vieram da Índia, Dinamarca e Espanha, das fábricas da Vestas. As torres foram construídas no Porto de Suape pela RM Eólica, uma subsidiária da sócia espanhola Gestamp que se instalou no estado no ano passado. "Durante a montagem foram gerados 200 empregos. É muito gratificante contribuir não apenas para a geração de energia limpa, como também para atração de indústrias para o estado", comenta ele.
"A rapidez com que esses projetos foram construídos mostram a viabilidade da energia eólica no país. Entre 2012 e 2015, vamos ter uma geração superior a 3 mil MW. Com isso, o país ficará entre os dez maiores produtores do mundo", prevê Feitosa. Atualmente, o país ocupa a 21ª posição com uma produção de 600 MW.
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