Cento e oitenta e oito vagas do Vestibular da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) não foram preenchidas. O maior número de postos ociosos está nas licenciaturas (física, química e matemática) da unidade acadêmica de Caruaru, no Agreste, com 113 vagas. Em seguida, vem o Conjunto das Engenharias (CTG), com 52 vagas. Depois, expressão gráfica (12) e música (11), ambos no Recife. Caberá ao Conselho Universitário decidir se haverá ou não um novo vestibular para ocupação dessas vagas. Mas não é o que defende o reitor Amaro Lins.
“Não há tempo para um novo vestibular. São poucas vagas ociosas. Vamos avaliar no Conselho Universitário qual a melhor forma para preenchê-las. Uma das alternativas seria colocá-las no Sistema de Seleção Unificada. Mas acredito que não é simples porque esse sistema está em andamento”, diz o reitor. “Outra possibilidade seria abrir um edital, com novas regras para preenchimento das vagas”, afirma Amaro Lins, que está em Brasília. O reitor vai tentar conversar nesta quarta-feira com a secretária de ensino superior do Ministério da Educação (MEC), Maria Paula Dallari Bucci. “Ela poderá dizer se há condições de incluir as vagas no Sisu.”
O ano letivo na UFPE começa no dia 8. A maioria das vagas ociosas refere-se ao segundo semestre. A previsão é que a reunião do Conselho Universitário que tratará do assunto aconteça no próximo mês. A sobra de vagas era prevista nos cursos de física de Caruaru e expressão gráfica no Recife, já que ambos tiveram menos de um candidato por vaga (0,6 foi a concorrência). Em matemática e química de Caruaru não houve aprovados.
Para o Conjunto das Engenharias, a justificativa não foi a falta de candidatos. A concorrência, de 5,4 estudantes por vaga, demonstrou que 3.537 feras disputaram as 655 vagas. Desses, 603 conseguiram aprovação. Os demais, 2.934, não passaram. Boa parte foi eliminada pelo ponto de corte. Apenas o CTG tem ponto de corte na segunda fase do vestibular. Para não ser desclassificado, o estudante deve somar no mínimo 2,5 pontos nas provas de matemática, física e química (em cada uma).
PONTO DE CORTE - “Adotamos o ponto de corte para melhorar o nível dos alunos ingressantes”, ressalta o diretor do Centro de Tecnologia e Geociências (CTG), Edmilson Santos de Lima. Ele disse que ficou surpreso com a sobra das vagas, embora não encare isso como um problema. “Mas se depender de nós do CTG, o ponto de corte não vai baixar. Defenderemos no Conselho Universitário a realização de um novo vestibular”, afirma.
Há três anos, o vestibulando, em vez de se inscrever para uma das engenharias, concorre ao conjunto delas. Durante o primeiro ano, todos os aprovados cumprem o mesmo currículo. Após os dois semestres iniciais, eles definem qual das 10 engenharias vão seguir. “Com a unificação do vestibular, a evasão e a retenção diminuíram. O desempenho dos alunos no novo modelo também é melhor”, observa o diretor do CTG.
“As provas da segunda fase foram muito difíceis. O nível foi maior que o do vestibular anterior. Vou torcer para que haja um novo vestibular, pois terei outra chance de tentar entrar na UFPE”, diz a estudante Marjjorie Elizabeth da Costa, 17 anos, candidata reprovada no CTG.
0 comentários:
Postar um comentário