04/01/2010

Sectma vai às lan houses

As lan houses são o principal ponto de acesso à internet no Nordeste, diz o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses centros públicos pagos estão ajudando a popularizar a rede mundial de computadores nas regiões mais pobres do país, e em Pernambuco não é diferente.

Até fevereiro, a Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectma) pretende utilizar o potencial desses espaços para oferecer cursos de cidadania e ferramentas para a Web 2.0. Inicialmente, serão trabalhados entre 200 e 300 estabelecimentos na Região Metropolitana do Recife (RMR).


Segundo a secretária Luciana Santos, a ação deverá ser desenvolvida no âmbito do programa Pacto pela Vida, que orienta a política estadual de segurança pública. O módulo de cidadania vai ensinar internautas, inclusive idosos, a realizar atividades como operações bancárias e solicitação de serviços on-line, como carteira de habilitação. Já o módulo de ferramentas para a Web 2.0 vai repassar conhecimentos de programação em linguagens como Java. Nesse último caso, deverá ser exigido, como escolaridade mínima, o ensino médio.


"A lan house é o habitat natural das pessoas que não têm como acessar internet em casa ou em outro lugar. Vamos firmar convênios com esses estabelecimentos para passar noções de cidadania e fazer capacitações", afirma Luciana Santos. Ainda em 2010, a Sectma pretende levar a iniciativa para o Interior do estado, assim como fez com o Espaço Ciência. O governo está montando dez clubes de ciência, possivelmente utilizando a estrutura das antigas estações de trem.


Outra ação que está na agenda da secretaria é a implantação de um centro lan_house1tecnológico da fármacos, para atender ao polo farmacoquímico de Goiana, na Mata Norte. Lá estão se instalando a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) e a multinacional suíça Novartis, entre outras. "Estamos nesse momento montando a grade curricular e trabalhando a ideia", revela a secretária. Os centros tecnológicos foram criados para apoiar o desenvolvimento das principais cadeias produtivas de Pernambuco, a exemplo da da uva e do vinho (Petrolina), do gesso (Araripina) e da moda (Caruaru).


Na Sectma desde o fim de julho, no lugar de Aristides Cavalcanti, Luciana Santos diz que terá pouco tempo (apenas sete meses, pois terá que sair em março para disputar uma vaga na Câmara Federal) para desenvolver as ações e que foi preciso eleger prioridades. "Estamos dando sequência ao que vinha sendo construído coletivamente. O que queremos é pintar as metas de verde", afirma, lembrando que sua pasta dialoga transversalmente com quatro das dez ações estratégicas do governo Eduardo Campos.

Santos coordena tanto a política de C&T quanto a de meio ambiente e de educação profissional e superior, comandando instituições tão diferentes quanto TV Pernambuco, Parque Dois Irmãos, UPE, IPA, Facepe, Porto Digital e CPRH. "O sistema é forte, o que precisamos é de integração", justifica. Em 2010, o orçamento da Facepe deve pular para R$ 40 milhões. Em 2006, para se ter uma ideia, esse valor era de R$ 2,8 milhões.

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