05/10/2010

Cesta básica do Recife acumula alta de 12,19%

A cesta básica ficou mais cara no mês de setembro em 14 das 17 capitais brasileiras pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), um comportamento inverso ao que vinha sendo observado, com predomínio de quedas. No Recife, a variação mensal de 2,11% eleva para R$ 192,20 o valor dos gêneros básicos de alimentação e deixa a capital pernambucana com um dos maiores acúmulos desde janeiro entre as capitais, de 12,19%, acompanhando Goiânia (14,02%) e Salvador (9,07%). Também aqui, o acumulado dos últimos 12 meses chega a 7,45%. A cesta básica mais cara do País é a de Porto Alegre, que custa R$ 243,73; a mais barata, a de Aracaju, custa R$ 173,56.


A Pesquisa Nacional da Cesta Básica indicou ainda que o Recife teve também elevação significativa no preço do óleo de soja (7,87%), ocasionada pela demanda internacional pelo grão, e da carne (7,95%). Nesse caso, a justificativa foi a crise econômica que forçou o abate de boa parte das matrizes e, consequentemente, a falta de bois. Também encareceram a cesta básica do recifense, em setembro, a farinha (2,64%), o pão (2,77%), o café (2,5%), a banana (3,05%) e o açúcar (2,2%).


Segundo cálculo do Dieese, a jornada de trabalho necessária para compra de alimentos essenciais no mês passado, por um trabalhador recifense que recebe salário mínimo, foi de 82 horas e 55 minutos, ainda inferior à média nacional, de 91 horas e quatro minutos. Na comparação do custo médio da cesta e do salário mínimo líquido, somente na compra dos gêneros básicos de alimentação, o brasileiro gasta 45% do seu rendimento. Em agosto passado, o percentual era de 44,29% e em setembro de 2009, era de 47,62%. Ainda de acordo com a pesquisa, para assegurar todas os direitos previstos pela Constituição Federal, o salário mínimo do brasileiro deveria ser de R$ 2.047,58, cerca de quatro vezes maior que os atuais R$ 510.

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