A Comunidade Obra de Maria, um movimento de evangelização da Igreja católica, completa 20 anos de fundação. A data é comemorada com um encontro religioso no Centro de Convenções, em Olinda, onde é esperada a participação de 46 bispos, três cardeais e 110 padres de várias partes do Brasil e do mundo, entre eles o arcebispo de Recife e Olinda, Dom Fernando Saburido, e o cardeal Arcebispo de Sal
vador e Primaz do Brasil, Dom Geraldo Majela. O evento, que começou nesta quinta-feira (07) e segue até o próximo domingo (10), é aberto ao público.
De acordo com a organização, as inscrições para participar do evento esgotaram-se desde novembro passado. Um público de 3,5 mil pessoas deverão comparecer nos quatro dias de encontro. Por conta disso, um telão foi montado na área externa do Teatro Guararapes, para que as pessoas acompanhem as apresentações musicais, de teatro, dança, além de debates e palestras. Tudo também é transmitido via Internet, pelo portal da Obra de Maria (www.obrademaria.com.br).
A co-fundadora da Comunidade, Maria Salomé Ventura, afirmou que 1,5 mil missionários trabalham a redor do mundo, em 30 casas missionárias espalhadas em 15 estados do Brasil e em outros nove países da Ásia, África, América do Sul e Europa. “São desenvolvidos trabalhos sociais com jovens e adultos em escolas, creches, abrigos, hospitais”, disse. Ainda segundo Salomé, nesses 20 anos, perdeu-se a conta de quantas pessoas foram evangelizadas pela Obra de Maria. “Para se ter uma ideia, cerca de 90 mil pessoas foram evangelizadas, entre 2005 e 2009”, revelou.
A pernambucana Fernanda da Paz Silva, de 31 anos, trabalhou como enfermeira durante quatro anos no Recife, até abandonar a profissão e se tornar missionária da Comunidade em Moçambique, na África. Há cinco meses morando em Dombe, um pequeno e pobre povoado localizado na área rural da cidade, ela disse que o maior desafio foi se acostumar com a falta de estrutura do local onde vive. “Trabalho em um posto médico, que funciona em um hospital desativado. Atendo cerca de 60 pessoas por dia, a maioria doentes de malária”, contou. “Lá é tão precário, que não tem energia. Para atendermos à noite, precisamos de lanternas. Outra dificuldade é falta de medicação e entender o dialeto. Como não sei falar o idioma local, preciso de uma tradutora sempre ao meu lado para conversar com os pacientes”, revelou. Fernanda embarca novamente para o continente africano no próximo mês.
No Brasil há um ano e meio, a africana Prisca Agon, 36, também largou o emprego de diretora de escola no país Benin, no oeste da África, para ser missionária. “Hoje, atuo na formação de novos missionários. É um trabalho lindo e que me faz feliz”, comentou. Na plateia do teatro Guararapes, um grupo de adolescentes de Carpina, na Zona da Mata do estado, não escondia a alegria de participar do evento. “Aqui me sinto perto de Deus. Aprendi a pensar melhor e ser mais racional”, disse a estudante Nathália Ferreira, 15. A amiga dela, a estudante Aline Maria Chaves, 15, que a convidou a participar da Obra de Maria, cantava e batia palmas com fervor. “Eu só busco o amor de Deus na minha vida”, comentou.
Projetos - A Comunidade Obra de Maria nasceu no bairro da Várzea, no Recife. O movimento vive de doações e desenvolve dezenas de trabalhos sociais na geração de renda para auto-sustentação das famílias carentes. Além disso, promove cursos de capacitação em línguas (espanhol, inglês, italiano e também português), turismo religioso, computação, teatro, dança e música (canto, violão, teclado, bateria e baixo).
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