09/02/2010

Fraude não compromete concurso

 

Menos de uma semana após o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) pedir à Justiça a suspensão do concurso público para soldado da Polícia Militar (PM), outraconcurso tentativa de fraude resultou na prisão de 14 candidatos anteontem, na saída do certame para agentes penitenciários da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres). Apesar das detenções, o superintendente de Capacitação e Ressocialização da Seres, Edvaldo Vitório, garantiu que o concurso não será anulado. “Temos evidências que não houve vazamento do gabarito, devido ao esquema de segurança montado. O que houve foi uma tentativa de fraude”, declarou o coronel.

Esta certeza se deve ao fato de o Instituto de Apoio a Universidade de Pernambuco (Iaupe), organizador do certame, ter elaborado duas provas objetivas - fato que não foi divulgado no edital -, além do longo prazo de permanência dos candidatos nos locais de prova. “Ninguém sabia que haveria dois tipos de prova e eles só podiam deixar as salas após às 11h15, restando apenas uma hora para atuação dos criminosos”, detalhou o diretor de Operações da Polícia Civil (PC), Osvaldo Morais. Desde dezembro do ano passado, a PC, PM e Seres investigavam denúncias de futuras fraudes no certame.

O que chamou a atenção da investigação foi a audácia do esquema fraudulento usado pelos candidatos de Palmares e por Diogo César, no Recife. Utilizando um “kit-fraude”, composto por um ponto eletrônico, fone de ouvido com transmissão via bluetooth e um aparelho celular, a manobra criminosa repassava informações para os acusados através de transmissão de dados.

“Os aparelhos estavam no modo de atendimento automático de chamadas, que eram transmitidas por bluetooth para os pontos eletrônicos colocados nos ouvidos. Os equipamentos estavam pregados ao corpo com esparadrapo, o que passou despercebido pela revista na entrada dos prédios”, explicou o delegado de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública, Germano Cunha Bezerra. “Eles informaram que receberam uma chamada por volta das 9h10 de uma pessoa para checar se ouviam a ligação. A confirmação era feita por um tossido. Às 11h15, quando seria repassado suposto o gabarito, eles voltariam receber uma ligação com as respostas. Apesar disso, em depoimentos, eles confessaram que não receberam os gabaritos”, completou.

Todos os 14 acusados foram abordados na saída das salas. No dia da prova, a PC recebeu uma denúncia de um possível esquema fraudulento em Caruaru e agentes foram destacados para checar a informação. Porém, não resultou em prisões.

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