Embate histórico em PE não deve acontecer

Da Folha deste Domingo

O embate do ano, que tanto desejam os aliados do governador Eduardo Campos (PSB), provavelmente não acontecerá, se confirmadas as previsões dos cientistas políticos. Nenhum acredita que o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) será o candidato da oposição para enfrentar o socialista na disputa pelo governo do Estado, em outubro deste ano. Segundo Túlio Velho Barreto, não seria interessante para Jarbas ser lembrado como o candidato derrotado pelo neto do governador Miguel Arraes (falecido em 2005). A disputa seria uma espécie de revanche histórica, já que o peemedebista derrotou Arraes nas eleições de 1998.

“No caso do governo, não acredito que Jarbas vá entrar numa eleição perdida. Ele não está disputando qualquer coisa, não precisa consolidar seu nome, tem a vitória em cima de Arraes, não vai querer passar para a história como o candidato derrotado do neto de Arraes”, analisa Barreto, que vê Eduardo Campos como favorito para o pleito. “O governo Eduardo tem 72% de aprovação; Lula tem 94% no Recife. Eduardo é o segundo governador mais bem avaliado; é presidente nacional do PSB; tem outro tipo de relação com Lula; e todo mundo sabe que ele vai disputar. O nome dele está em campanha, embora esteja cumprindo papel de governador. É o grande favorito para ganhar as eleições”, avalia.

Hely Ferreira também não aposta numa candidatura de Jarbas. “Vai disputar eleição só com o nome? Não acredito que Jarbas será candidato. Vou pagar para ver”, disse. Na sua opinião, o nome da oposição vai ser Tony Gel (DEM), ex-prefeito de Caruaru e atual vereador do município. “Tony tem mandato de vereador, vai para a disputa para brigar e depois voltar à Câmara Federal”, arrisca. O nome do deputado federal Raul Henry (PMDB), herdeiro político do senador e que já chegou a ser colocado como uma alternativa para a disputa, foi descartado pelo estudioso. “Só existem três nomes com chances de competir: Marco Maciel, Jarbas Vasconcelos e Roberto Magalhães. Senão vai ser uma eleição WO: quando o time entra em campo e o adversário não aparece. Esses são os nomes com chances, outros que forem colocados vão entrar só para se fortalecer”, observa.