
Para o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Claudio Marinho, a decisão da categoria é uma resposta à falta de diálogo do governo. “A deflagração da greve demonstra a insatisfação dos policiais, que são os verdadeiros responsáveis pela redução da criminalidade, que o governo já está até anunciando na televisão, e não estão sendo valorizados”, destaca Marinho.
A categoria reivindica a criação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV), reajuste salarial de 63% e mudança no horário dos plantões nas delegacias.
Os policiais aproveitaram para entregar, simbolicamente, os cargos de pluriemprego e reflorestar, esquema de jornada extra de trabalho. Segundo o Sinpol, um terço dos policiais civis, ou seja, cerca de 1,8 mil, participam do programa, que consiste no pagamento de R$ 387 por mês para que a jornada de trabalho seja dobrada.
De acordo com um agente, que preferiu não ser identificado, as operações organizadas pela Secretaria de Defesa Social (SDS) serão prejudicadas com a paralisação. “Deixei o carro na delegacia e vim correndo para cá”, disse.
Claudio Marinho garante que até terça-feira o Sinpol vai informar ao governo do Estado quais locais irão funcionar durante a greve. “Vamos cumprir a lei, mantendo 30% dos serviços em funcionamento e informando quais locais vão continuar funcionando”, afirma o presidente do sindicato.
A decretação da greve aconteceu após os policiais realizarem caminhada pelas ruas da capital. A manifestação teve início às 16h30, em frente à sede do Sinpol, em Santo Amaro.
Com o apoio de um trio elétrico e vestidos de preto, cerca de 400 agentes e comissários seguiram pela Avenida Cruz Cabugá, Ruas do Hospício e Riachuelo. Na Rua da Aurora, pararam em frente à Chefia da Polícia Civil, onde o Sinpol convidou os policiais que trabalhavam no local para a manifestação.
Antes da deflagração da greve, que só aconteceu no início da noite, a Secretaria de Administração informou, através de nota, que “foi formalizado, por meio de ofício, que para o exercício de 2009 não há espaço financeiro para novos reajustes.” Após o anúncio da paralisação, tanto as Secretarias de Administração e Defesa Social afirmaram que só iriam se pronunciar sobre a greve após serem comunicadas oficialmente.
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