29/10/2009

Policiais civis em greve a partir da próxima terça-feira

Em assembleia realizada em frente ao Palácio do Campo das Princesas após caminhada pelas ruas do Centro do Recife, policiais civis de Pernambuco decidiram, no início da noite, entrar em greve por tempo indeterminado. Como a lei obriga que a paralisação ocorra após 72 horas de sua deflagração, agentes e comissários cruzam os braços a partir da próxima terça-feira, já que segunda é feriado.

Para o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Claudio Marinho, a decisão da categoria é uma resposta à falta de diálogo do governo. “A deflagração da greve demonstra a insatisfação dos policiais, que são os verdadeiros responsáveis pela redução da criminalidade, que o governo já está até anunciando na televisão, e não estão sendo valorizados”, destaca Marinho.

A categoria reivindica a criação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV), reajuste salarial de 63% e mudança no horário dos plantões nas delegacias.

Os policiais aproveitaram para entregar, simbolicamente, os cargos de pluriemprego e reflorestar, esquema de jornada extra de trabalho. Segundo o Sinpol, um terço dos policiais civis, ou seja, cerca de 1,8 mil, participam do programa, que consiste no pagamento de R$ 387 por mês para que a jornada de trabalho seja dobrada.

De acordo com um agente, que preferiu não ser identificado, as operações organizadas pela Secretaria de Defesa Social (SDS) serão prejudicadas com a paralisação. “Deixei o carro na delegacia e vim correndo para cá”, disse.

Claudio Marinho garante que até terça-feira o Sinpol vai informar ao governo do Estado quais locais irão funcionar durante a greve. “Vamos cumprir a lei, mantendo 30% dos serviços em funcionamento e informando quais locais vão continuar funcionando”, afirma o presidente do sindicato.

A decretação da greve aconteceu após os policiais realizarem caminhada pelas ruas da capital. A manifestação teve início às 16h30, em frente à sede do Sinpol, em Santo Amaro.

Com o apoio de um trio elétrico e vestidos de preto, cerca de 400 agentes e comissários seguiram pela Avenida Cruz Cabugá, Ruas do Hospício e Riachuelo. Na Rua da Aurora, pararam em frente à Chefia da Polícia Civil, onde o Sinpol convidou os policiais que trabalhavam no local para a manifestação.

Antes da deflagração da greve, que só aconteceu no início da noite, a Secretaria de Administração informou, através de nota, que “foi formalizado, por meio de ofício, que para o exercício de 2009 não há espaço financeiro para novos reajustes.” Após o anúncio da paralisação, tanto as Secretarias de Administração e Defesa Social afirmaram que só iriam se pronunciar sobre a greve após serem comunicadas oficialmente.

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