14/01/2010

Inflação 2009 foi a menor desde 2006

 

Apesar da pressão de serviços e preços administrados, a inflação cedeu em 2009 na esteira de menores reajustes de alimentos. O Índice de Preindice_de_inflaçao_cai_thumb[1] ços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o ano em 4,31%, abaixo do centro da meta do governo (4,5%, com tolerância de dois pontos para mais ou para menos) pelo segundo ano consecutivo. É a menor taxa desde 2006 (3,14%), segundo o IBGE.

De um lado, o ano foi marcado pela aceleração dos preços administrados - que carregaram em seus contratos a inflação maior de 2008, de 5,9% - e dos serviços - puxados por reajuste real do salário mínimo, renda e emprego em alta e demanda reaquecida após a crise. De outro, os alimentos subiram menos graças às menores exportações de carnes e frango principalmente, à queda do dólar e ao enfraquecimento da demanda global por commodities devido à crise.

O saldo desses impactos foi a alta de 3,18% dos alimentos em 2009. Já o conjunto dos serviços subiu 6,36% - dois pontos acima da inflação média -, conforme cálculos da consultoria LCA. O somatório dos preços administrados e tarifas públicas como energia e telefone, por sua vez, avançou 4,7%.

Segundo a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, as medidas do governo, de estímulo à economia, também ajudaram a conter a inflação de 2009. Sob impacto da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), caíram os preços de automóveis novos (2,25%), usados (4,32%) e eletrodomésticos (4,85%). Os veículos de segunda mão representaram a maior contribuição negativa do IPCA do ano (0,17 ponto percentual).

2010

Pelo menos no que diz respeito à inflação, 2010 deverá ser igual ao ano que passou. A expectativa de economistas é que o IPCA permaneça abaixo da meta (4,5%) este ano, enquanto as preocupações do Banco Central estarão voltadas para o ano que vem. Com a inflação sob controle, a avaliação é que a taxa básica de juros (Selic) não sofrerá alterações antes do segundo semestre.

Os economistas Carlos Thadeu de Freitas, da Confederação Nacional do Comércio (CNC), e Tatiana Pinheiro, do Grupo Santander Brasil, acreditam que o cenário é relativamente confortável para a inflação este ano, já que os alimentos devem prosseguir com reajustes comportados e os preços administrados ou monitorados pelo governo vão “carregar” os reduzidos índices inflacionários do atacado registrados em 2009.

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